Esse artigo é dedicado aos católicos que hoje em dia vivem tecendo louvores aos EUA como se estes fossem a maior nação cristã da história. Para desmontar essa mentira vamos aos fatos:
>Beato Pio IX apoiou os confederados contra os ianques na Guerra de Secessão[1];
>São Pio X recusou encontro com Theodore Rossevelt quando da ida deste a Roma:
[...]The pope [Pius X] had no time for either socialists or Protestants, and in 1910 refused to receive President Theodore Roosevelt unless the American president cancelled his planned visit to a Methodist church in Rome. The president refused.[...]
>Os EUA deram reconhecimento diplomático à Santa Sé apenas em 1984: a URSS foi por eles reconhecida em 1933 [2], [3];
>As liberdades americanas (políticas e religiosas) foram condenadas diversas vezes pelos pontífices:
§Alguns homens, negando com completo desprezo os princípios mais certos da sã razão, atrevem-se a proclamar que a vontade do povo, manifestada pelo que eles chamam de opinião pública ou de outro modo qualquer, constitui a lei suprema, independente de todo o direito divino e humano. ("Quanta Cura" - Pio IX)
§Muitos dos nossos contemporâneos, seguindo a pegada daqueles que no século passado deram-se a si mesmos o nome de filósofos, afirmam que o poder vem do povo [...]. Muito diferente é neste ponto a doutrina católica, que coloca em Deus, como em princípio natural e necessário, a origem do poder político. ("Diuturnum Illud" - Leão XIII)
§Daquela heresia nasceram no século passado uma filosofia falsa, o chamado novo direito, a soberania popular e uma descontrolada licença, que muitos consideram como a única liberdade. ( "Diuturnum Illud" - Leão XIII)
§As leis ordenam-se ao bem comum, e não são ditadas pelo voto nem em juízos falazes da multidão, senão pela verdade e pela justiça. ("Diuturnum Illud" - Leão XIII)
§Desde o momento em que se quis atribuir a origem de toda a humana potestade, não a Deus, Criador e dono de todas as coisas, senão à vontade arbitrária dos homens, os vínculos de mútua obrigação que devem existir entre os superiores e os súbditos, afrouxaram-se ao ponto quase chegar a desaparecer [...]. Perante semelhante desenfreio no pensar e no fazer que destrói a constituição da sociedade humana, [...] recordamos aos povos aquela doutrina que não pode ser mudada pelo capricho humano: Não há autoridade senão por Deus, e as que existem, por Deus foram ordenadas. ("Ad Beatissimi" - Bento XV)
§Não menos nocivo para o bem-estar das nações e de toda a sociedade humana é o erro daqueles que com tentativa temerária pretendem separar o poder político de toda a relação com Deus, do qual dependem como de causa primeira e de Supremo Senhor, tanto os indivíduos como as sociedades humanas. ("Summi Pontificatus" - Pio XII)
>S.S. Papa Leão XIII repreende a pretensão de conciliar a religião católica com o zeitgeist norte-americano:
[...]But in the matter of which we are now speaking, Beloved Son, the project involves a greater danger and is more hostile to Catholic doctrine and discipline, inasmuch as the followers of these novelties judge that a certain liberty ought to be introduced into the Church, so that, limiting the exercise and vigilance of its powers, each one of the faithful may act more freely in pursuance of his own natural bent and capacity. They affirm, namely, that this is called for in order to imitate that liberty which, though quite recently introduced, is now the law and the foundation of almost every civil community. (Testem Benevolentiae Nostrae)
>Lembro ainda que os Estados Unidos combateram a Santa Aliança e apoiaram o separatismo dos chefetes anticlericais , maçônicos[4] e republicanos da América Latina contra a Espanha, à qual a Igreja exortava que os reinos das Índias Ocidentais mantivessem sua fidelidade. À usurpação do régio poder das Majestades Ibéricas pela Doutrina Monroe (a transliteração do messianismo protestante do Destino Manifesto na geopolítica) a Igreja opunha a legitimidade monárquica católica. Em vez de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, os pontífices propugnavam aos espanhóis americanos por Fé, Hierarquia e Tradição [5] ,[6].
>Ademais, é sobretudo a partir dos Estados Unidos que o Estado laico é promovido na Terra, e a Igreja sempre condenou tal modalidade de Estado:
[...]Em primeiro lugar, a religião do Novo Mundo é maçônica. Todos os signatários da Declaração da Independência, sem exceção, pertencem a alguma loja maçônica. Desse momento em diante, ninguém, mas absolutamente ninguém, faz carreira política nas três Américas sem ter de entrar para a Maçonaria, prestar satisfações à Maçonaria ou enfrentar a Maçonaria. (...) Só que, entre apóstolos e inimigos dessa organização, mais são os interessados em mistificar do que esclarecer o seu papel na história espiritual da humanidade. (...). [Olavo de Carvalho, em O Jardim das Aflições (§29, pg.236)]
(...) Ora, qual o legado dessa Revolução[Americana] ao mundo? A democracia? Não pode ser, visto que ela convive perfeitamente bem com ditaduras, quando lhe interessa, e visto que a subsistência de uma aristocracia maçônica associada de perto a uma oligarquia econômica é um dos pilares mesmos do sistema norte-americano. O capitalismo liberal? Também não, porque o próprio sistema norte-americano, através da expansão do assistencialismo estatal, acabou por assimilar várias características da social-democracia. O republicanismo? Não, porque os elementos democráticos e igualitários da ideologia norte-americana que se espalharam pelo mundo puderam, sem traumas, ser incorporados por antigas monarquias tornadas constitucionais, como a Inglaterra, a Dinamarca, a Holanda, a Espanha. Dos vários componentes da ideologia revolucionária norte-americana, o único que foi assimilado integralmente, literalmente e sem alterações por todos os países do mundo foi o princípio do Estado leigo. Se é verdade que ‘pelos frutos os conhecereis’ ou que as coisas são em essência aquilo em que enfim se tornam, a Revolução Americana só é democrática, republicana e liberal-capitalista de modo secundário e mais ou menos acidental: em essência, ela é a liquidação do poder político poder político das religiões, a implantação mundial do Estado sem religião oficial.(...) [Olavo de Carvalho, em O Jardim das Aflições (§30, pg. 164)]
#Victor Fernandes
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