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» » » » Destruindo o Brasil Paralelo (III): A Lorota Continua

Eis o modelo civilizacional proposto pelo Brasil Paralelo, um país escravizado pela maçonaria.



Como já foi denunciado por Queiroz em seu artigo, o Brasil Paralelo pelo que podemos ver, de fato, progride para transformar a história norte-americana numa ideia platônica, uma categoria abstrata pela qual a história do Brasil será julgada e na qual deverá se encaixar. A americanização da história do Brasil e o liberalismo de fundo que rege o Brasil Paralelo ficam muito evidentes no episódio três.

O episódio três já começa com um “previously”, e, na sequência, o narrador afirma que é a parte mais importante da “saga”. Por que será? Simples, é a hora de liberalizar e americanizar o Brasil em definitivo. O episódio começa com a jura revolucionária na França, feita pelos Jacobinos. Contrapõem-se nele, a direita (reformistas bonzinhos) e a esquerda (jacobinos malvadões). Os jacobinos, movidos pelo igualitarismo e pela violência, eram inimigos da propriedade privada (o que não é bem por aí...), fonte da civilização e de todos os males. Daí cita-se Diderot, Voltaire e Jean Jacques Rousseau. Ao passo que os girondinos, reformistas, defendiam a liberdade.

Como oposto a essa ideia, claro, é apresentado o “conservador” Locke, de forma que aquilo contra o que a “nova direita americana”, que elegeu Trump, se revolta hoje (a historiografia Whig) passa a ser sacralizada aqui no Brasil. De um lado, a tradição britânica, em perfeita continuidade com a cristandade – segundo o Brasil Paralelo – pois o iluminismo escocês seria seu perfeito e mais lógico desdobramento; de outro, a revolução que quer destruir o ocidente, perfeita ruptura com o passado. Talvez por um lapso ou descuido, após falar que o rei Luís XVI ao convocar a assembleia dos Estados Gerais, viu-se impelido pelo radicalismo a findá-la, os sabichões do programa afirmam que os revolucionários se mudaram para o ginásio ao lado para fazer a jura revolucionária, e que lá estavam os girondinos (equivalentes aos Whigs) e os jacobinos juntos. Mas os girondinos não eram bonzinhos e em perfeita continuidade com a civilização? Não seriam eles meros reformistas como os Whigs ingleses? (Burke era um Whig, não custa lembrar. A ele voltaremos depois). Mistério.

Antes de desmascarar essa lorota, voltemos ao “iluminismo inglês”. É arqui-sabido que a nova direita coloca o iluminismo “moderado” como perfeitamente compatível com a catolicidade e com a tradição escolástica ortodoxa, veja Thomas Woods Jr; em seu livro “The Church and the Market” e em trechos de “Como a Igreja Católica construiu a civilização ocidental”. Falácia, nada mais que uma falácia. Conforme nos mostra Christopher Ferrara em “Liberty, the God that failed: Policing the sacred and constructing the myths of the Secular State. From Locke to Obama”, a “síntese greco-católica” era a base de um raciocínio hegemônico no ocidente, que mesmo com a transição do paganismo para o cristianismo não se perde, apenas funda uma nova estrutura teológica. O hilemorfismo, a teleologia, o realismo e a ideia de valores morais universais que ditam toda a política e a ação humana, continuam presentes. Nas palavras de Ferrara (2012, p.16):
A lógica grega do sistema platônico-aristotélico desenvolveu pela primeira vez na história ocidental, o realismo filosófico, política e ética baseada numa visão de homem como criatura que possui uma alma imortal que habita um universo ordenado, na qual as coisas existem como um objetivo fixado determinado pela sua natureza (tradução livre).
Todos estes elementos estavam presentes nas grandes obras dos filósofos pagãos e que, desvencilhadas do paganismo ganharam nova força sem, entretanto, perder sua essência no cristianismo. Isto é, de Aristóteles a Santo Tomás, de Platão a Santo Agostinho, estará ali a ideia de um universo ordenado, de forma e matéria, acidente e essência, da substância, da realidade como objetivamente cognoscível, bem como a ideia de um summum bonum.

Entretanto, como pontua Richard Weaver em “As idéias têm consequências”, com o nominalismo, a coisa começou a desandar. Porém, não podemos tomar as coisas como se fossem assim tão repentinas, em história nada é repentino. As ideias que enfraqueciam o realismo já estavam em correntes gnósticas anteriormente durante boa parte do medievo, só que sempre limitadas e combatidas pela Igreja. A inquisição, ao perseguir e punir hereges limitava a expansão e legitimidade de tais ideias. Contudo, com a perda de poder e abrandamento da inquisição, bem como o crescimento do humanismo (que como mostrará o professor Orlando Fedeli no “Antropoteísmo” era a gnose no ar, na arte e na cultura), isto levará a influência nominalista, antes combatida e agora tolerada, para dentro dos seminários, onde em Erfurt, um certo monge agostiniano aprenderia as ideias que dividiriam a cristandade, e as pregaria na porta da igreja do castelo de Wittermberg num fatídico 31 de Outubro de 1517.

É um fator importante de se frisar, em que pese o cisma de 1054 ter tido terríveis consequências, ele nunca abalou as bases filosóficas da “síntese greco-católica”; com o protestantismo seria diferente. O nominalismo é a filosofia de base da reforma, onde nenhuma essência é cognoscível e, se ela não existe, é mero flatus vocis. Palavra vazia. Daí não se tornará possível conhecer a natureza das coisas, e, não tendo uma natureza intrínseca, serão puros fenômenos. Deus mesmo, não terá, assim, uma essência cognoscível, logo, o justo não é aquilo conforme a natureza divina, mas sim um ato da vontade arbitrária. Não podendo também aceder-se ao conhecimento de Deus pela razão, visto que as coisas não têm essência, então, cai-se no fideísmo.

A reforma ao criar através das Igrejas nacionais e dos reis que se põem no lugar do Papa, uma intelligentsia secular, leiga, descolada da cristandade, criou o ambiente perfeito para a difusão destas idéias. O curioso é que o Brasil Paralelo em momento nenhum menciona ou aprofunda mais do que de mera passagem a Reforma Protestante como fonte de mudanças profundas na mentalidade europeia e, sobretudo, de uma nova civilização. Então, eis que no Brasil Paralelo episódio três, vem se falar de uma cultura secularizada, como criada pelo iluminismo e antes inexistente. Não, não senhor! O iluminismo, de fato, idealizou uma sociedade laica e a desejou, mas não o foi sem causa e sem precedentes. Sua causa eficiente e sua precedência advém do cisma de Lutero, aí sim, encontramos a secularização. Ora, onde mais se não nas guerras de religião e nas perseguições entre protestantes nascerá o desejo por um Estado laico? E onde nascerá isso se não do outro lado do Atlântico?

E Locke?

Conforme mostrará Ferrara (2011, p.60), Locke, um nominalista, revolucionará a filosofia de duas formas:
Primeiro, ele declara que o homem tem o direito de propriedade “sobre sua própria pessoa”, uma novidade que rompe com a visão tradicional do homem como criação divina, que tem apenas uma custódia sobre o seu corpo, o qual ele não pode dispor dele conforme bem entende. Segundo, ele propõe o direito de propriedade como absoluto.
Mas mais do que isso, Locke é o pai do materialismo cientificista moderno. Todos os clamores de Dennet, Dawkins e outros cientificistas jaziam lá em Locke, em germe. Ora, se as essências não existem ou não são cognoscíveis, não faz sentido falar em “substância” com relação aos entes. E se as coisas não tem substância, ou elas não são cognoscíveis, e portanto, não faz sentido falar em substância para o homem, caindo-se no ceticismo e no materialismo. Seja pela inexistência, seja pelo agnosticismo, essa hipótese levará a consequências práticas idênticas.

Se o homem não tem uma essência, não é possível derivar daí o fim do próprio homem, e assim Locke aboliu a teleologia. A ideia da “síntese greco-católica” de que o homem “habita um universo ordenado cujas coisas têm um fim conforme a sua natureza, a sua essência”, é, assim, destruída. Isso se ligará na epistemologia da “tabula rasa” ao conceito moderno de liberdade, como sendo a pura ação descolada da lei divina e natural conforme sua concepção clássica. Afinal, se o justo e o bom são obras de puro voluntarismo divino, não derivando, portanto, da natureza divina, nem o bom, de acordo com cada ente deriva da finalidade que Deus deu à sua criatura na sua própria natureza, então não existe o fim último de cada coisa, fim este que legitimará ou não o ato livre.

Contudo um ponto letal do raciocínio Lockeano encontra no fideísmo protestante a sua fundamentação. Ora, se Deus não é racionalmente compreensível, cognoscível, então, só podemos crer nele por um ato de fé pura e simples. Contudo, com uma cultura que não é censurada pela inquisição e por uma ortodoxia como era a medieval, agora, as opiniões se secularizam, e Locke dará a marretada definitiva no hilemorfismo ao afirmar no seu “Ensaio sobre o entendimento humano”, de que o homem não é união de forma e matéria, e que o “self”, o “Eu”, seria apenas uma propriedade da matéria, do cérebro (Dawkins e Denett na área?), ora, não seria o ceticismo a “genetrix” do naturalismo?

Ei-la aí, a raiz dos movimentos progressistas modernos, como o abortista, por exemplo. Afinal, se “homem” é apenas um nome que damos a uma coleção de atributos perceptíveis; se “homem” não é uma substância, uma unidade de corpo e alma divinamente criada com uma natureza e fins fixados por Deus; se o homem é apenas matéria com uma qualidade que é “pensar”, então, quem poderá dizer que um feto é um ser humano no útero da sua mãe com direitos? Mesmo para os clérigos anglicanos, isso foi considerado escandaloso àquela época. Então, se Locke em continuidade com uma tradição reformada, só que secularizada, escandalizava os calvinistas, quão mais revolucionário não será ele em relação à catolicidade? Do fideísmo ao ceticismo de Hume e Locke há apenas um passo de distância. Todas essas ideias já estavam presentes no “cogito cartesiano”, é verdade, e como o próprio Olavo de Carvalho nos apresenta em “Visões de Descartes” (autor inquestionável para a turma do Brasil Paralelo), as ideias protestantes tinham muita influência sobre René Descartes, uma das razões dos pesadelos com o gênio mau, inclusive. Contudo, para ser mais ortodoxo quanto às fontes, cito o grande tomista brasileiro Perillo Gomes:
Tratando das suas origens, Pio IX é categórico no Syllabus, na infomação que nos dá: essas liberdades provem de teses fundamentais da revolução luterana e propagaram-se pelo mundo graças aos pseudo-filósofos da enciclopédia no século XVIII e triunfaram com a revolução francesa. Se desejar investigar sua origem mais remota chegar-se-á ao ponto inicial de todas as negações e de todas as revoltas: o grito de soberba de um anjo rebelado.
O iluminismo “moderado”, como visto em Perillo, é filho do protestantismo, e como colocará Ferrara, não passa de uma revolução tanto quanto o radical francês. O primeiro, radical nas ideias, pragmático na ação; pois se não há substâncias, não podemos dizer com precisão como as coisas são, melhor que elas mudem sozinhas na história, pois sem essências tudo é acidente e tudo muda. O segundo, radical nas ideias e nas ações, queria por uma exacerbação da racionalidade e pelo essencialismo, derrubar tudo e reerguer do zero.

É natural, portanto, que o processo de secularização leve aos conceitos básicos da soberania do indivíduo, em germe em Lutero e seu livre exame, que é a raiz do pensamento liberal, dado em Locke, e também presente em Hobbes, que embora absolutista pode ser chamado de ilustrado. Aliás, cito novamente o grande Perillo: “Os princípios liberais são: a soberania absoluta do indivíduo, a soberania absoluta da sociedade, a soberania nacional, a liberdade absoluta de imprensa e a liberdade absoluta de associação”, e eu complementaria, a completa liberdade de mercado, a liberdade absoluta de ideologias, conteúdo do pluralismo político, etc. Logo temos, política sem moral e sem virtude, economia sem moral e virtude, jornalismo sem moral e virtude, etc.

Ou seja, quando Morgerstern, a olavette processada por Caetano diz: “Esquerda é isso”, referindo-se aos jacobinos, temos que realmente nos perguntar se isso não se aplica ao girondinos também, afinal segundo o próprio Olavo de Carvalho, guru do processado, em seu artigo zombando do bobalhão liberal Rodrigo Constantino, diz: “Os girondinos, dos quais os liberais modernos se apresentam como herdeiros ideológicos, foram os primeiros a pregar a matança como panacéia revolucionária para os males da França[1].” Na prática, como eu já venho dizendo, todo conservador-liberal é um revolucionário superado pelo processo revolucionário.

Bonifácio, Revolução Americana Conservadora (?)

A expressão founding father utilizada nos Estados Unidos, é usada nesse episódio duas vezes, uma para se referir a José Bonifácio de Andrada e Silva e na outra a Visconde de Cairu. Ora, isso é ou não é já a americanização do debate historiográfico acerca das origens do Brasil? Categorias americanas bem restritas, passam a ser as medidas de comparação com a história brasileira! Como já citado, Christopher Ferrara irá mostrar, demolindo completamente a falácia Kirkeana de que a revolução americana fora uma revolução conservadora, o caráter claramente subversivo da revolução, marcada por manipulação da opinião pública através da imprensa da época (herdado da reforma protestante que se valeu do mesmo artifício, tal elemento foi utilizado para propagar factoides sobre a "violência" dos ingleses e sobre o "papismo" do rei George); não custa lembrar que “papista” como acusação e adjetivo pejorativo apareceu pela primeira vez nos escritos de Lutero como “Do Cativeiro babilônico da Igreja”, e os revolucionários americanos usaram também de denúncias hipócritas sobre a carga tributária supostamente opressiva da Coroa Britânica. A própria ideia de que a justiça de um imposto depende da representação, aparece pela primeira vez em Locke, mas não tem qualquer fundamento no pensamento filosófico tradicional. Soberania popular e voluntarismo?

Se a revolução americana é tão conservadora, por que ela era, antes de tudo, anti-Católica? Por que John Adams temia como ao demônio os direitos e a influência da Igreja em Quebec? Ao identificar o rei George III como um “papista”, eles queriam dizer o quê, se não a união entre o poder temporal e o poder eclesiástico previsto na doutrina dos dois gládios? O Brasil Paralelo argumenta que não há ligações entre a revolução americana e a francesa nos fundamentos e na prática, resta saber como separar James Maddison e Thomas Jefferson de suas influências que vem de Voltaire e dos enciclopedistas? Como negar que o braço direito de George Washington, Thomas Paine achou justa a remoção e assassinato de Luís XVI, mesmo sendo um “rei moderado”, pelo simples fato de ser um rei? Para Paine, a monarquia é inerentemente injusta e deve ser eliminada onde quer que ela exista. Como diferenciar essa afirmativa da mesma dos Jacobinos, que segundo William Doyle (1991, p.15) em “O Antigo Regime”, de que o objetivo dos revolucionários envolvia derrubar todas as monarquias do continente?
O "feudalismo" deveria ser destruído; e as terras da Igreja confiscadas. Em outras palavras, o Antigo Regime passava a ser encarado como um fenômeno não simplesmente francês. Podia ser encontrado onde quer que houvesse reis, nobres, privilégios, feudalismo e propriedades eclesiásticas. E isto representava a maior parte da Europa.
O próprio Rothbard, libertário, chama a atenção que a revolução americana provocou mais refugiados em proporção dos habitantes do que o Terror jacobino. Como pode isso não ter ligações com a doutrina francesa? Por que, como Chesterton notou, um dos grandes defensores da Revolução Americana, Edmund Burke, adota o evolucionismo e o ceticismo de Hume como defesa da Tradição e não o direito natural clássico, já que ele estaria em plena conformidade com a cristandade? Por que não se usou o direito natural clássico para coibir os abusos da doutrina de Robespierre baseada numa distorção do jusnaturalismo? Será porque Hume, outro nominalista, o guilhotinou?

O próprio George Washington havia dito, pouco antes da revolução que o rei George III não era um tirano, mais do que isso, que era “o melhor dos reis”. Aliás, a historiografia contemporânea mesmo nega a hipótese de tirania; se a Revolução Francesa e Americana foram alguma coisa, elas foram mera agitação ideológica com drásticas consequências, e o seu fruto foi semente da república imperial, liberal, laica da moral civil a qual Olavo, mentor dessa turma, denuncia no seu “Jardim das Aflições”, livro que hoje ele nega a validade das conclusões, mas que é seu magnum opus, e ao qual todos os americanistas louvam, paradoxalmente. A constituição americana, cujo Deus é o GADU da maçonaria, era razão de escândalo mesmo para calvinistas, que diziam ser ela: "the godless constitution". Foi a National Reform Association, inclusive, que tentou em vão emendar a Constituição com uma menção explícita a Deus e a Jesus Cristo.

Acresça-se a isso, os sacrifícios rituais de tendência gnóstica nos “liberty poles” e “liberty trees” ocorridos no período da revolução americana, onde inimigos da revolução eram forçados a jurar lealdade a mesma, sob a pena de serem mortos ali em sacrifício a deusa Libertas. É essa sociedade gnóstica e violenta que é modelo? É essa sociedade que privatiza a fé que é o parâmetro para um país que nasceu pela fé Católica, pelo altar e pelo trono? Ora, é novamente Perillo quem vai nos explicar o que é esse modelo liberal-americano em face da tradição católica, vejamos com ele se ela é conservadora:
O liberalismo radical (NdT: jacobinismo) é ostensivamente ateu, anticlerical, demagógico e revolucionário. Como expressão política proclama a supremacia do estado sobre o indivíduo e as corporações de qualquer natureza. O liberalismo moderado (NdT: ou conservador) tenta uma fórmula de conciliação entre os princípios do liberalismo radical e a coexistência do sobrenatural, determinando na vida do homem um dualismo fundamental: de um lado as atividades da fé e de outro as cognoscitivas, cívicas, utilitárias, etc. A razão, portanto, nada tem a ver com a revelação; os dois planos da vida, o natural e o sobrenatural são independentes entre si, como dois departamentos estanques. (NdT = Nota do Transcritor)
Prossegue Perillo:
Sua fórmula política é a igualdade entre os poderes espirituais e temporais, essa pretensa igualdade em si mesmo já é uma heresia. Não é possível nivelar a vida religiosa, que interessa a vida futura do homem - sua vida verdadeira - àquela a que estão confiados apenas os seus interesses imediatos, tangíveis, transitórios. Além disso, essa declaração de igualdade é puramente teórica, não corresponde à realidade, porque não podendo existir dois poderes autônomos, absolutos, interessando ao mesmo indivíduo, daí resulta que na prática o Estado, sob alegação de que lhe cabe a função de mantenedor da ordem, impõe a Igreja as soluções que bem lhe parecem. Daí os conflitos que se verificam entre a Igreja e as liberdades modernas.
Como podemos ver, a historiografia Whig do Brasil Paralelo simplesmente segue a lógica Lockeana, e demole a Cidade de Deus da qual falava Santo Agostinho. Como podem homens que querem recuperar a história do Brasil, um país mercantilista, miscigenado e católico, o fazerem sobre bases liberais, segregacionistas e protestantes? Não podem, não tem como, e o resultado é isto... Propaganda. O Brasil Paralelo não passa de pura empulhação ideológica no que se refere a fazer um recorte de fundo para narrar a história do Brasil. Como eu disse de começo em artigo prévio, o programa tem o mérito de fazer uma história patriota, o que para um público leigo é aceitável. E eu acredito na História como magistral vitae, assim como Cícero. Mas não é necessário distorcer a história, inventá-la, mentir e omitir.
Síntese escolástico-liberal e católico-maçônica.

Qualquer conciliação entre a síntese católico-maçônica de Bonifácio e escolástico-iluminista como a de Cairu (se é que tal junção existe), mencionada aos 37:47 do episódio, não passa de heresia, as velhas heresias nominalistas ressuscitadas pela equipe do Brasil Paralelo. As mesmas heresias que o Papa São Pio X irá condenar sob a alcunha de modernismo; afinal, o que é o americanismo e o catolicismo liberal se não modernismo? Os católicos que não se enganem, nada há de católico e “conservador” no Brasil Paralelo. Só é possível adotar um escolasticismo liberal caindo em heresia, então católico, escolha: a cidade de Deus ou a cidade dos homens?

Aos homens do Brasil Paralelo, pergunto-vos: (pois sei que muitos ali se dizem católicos) quem sois vós? católicos ou hereges? a Igreja ou o liberalismo? ESCOLHAM!


#Arthur Rizzi

Legião da Santa Cruz

A Legião da Santa Cruz é uma associação cultural e cívica que reúne em suas fileiras pessoas comprometidas com a restauração do legado Católico da nossa pátria, que há muito tempo se diluiu em doutrinas estranhas as raízes que a formaram, e que hoje está submersa nas trevas da imoralidade e da perversão. Nosso objetivo é construir um verdadeiro front de resistência Católica, que inclua desde um vasto trabalho intelectual e informativo até uma plataforma política própria que possa representar e dar primazia a identidade profunda do Brasil e sua Fé.
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