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Chegados ao Natal celebramos, por mais um ano, o nascimento do Verbo de Deus entre nós. “Um salvador nasceu para vós em Belém que é Cristo Senhor”, é o anúncio da legião angélica. O significado disto é imenso mas tem passado ao longe das preocupações de uma sociedade cada mais materialista e pouco preocupada com o sentido profundo do nascimento de Nosso Senhor

Aquele que nasceu em Belém não foi um mero sábio, profeta ou médium – como querem algumas falsas doutrinas – mas Deus mesmo. Esta é a boa nova: Ele veio nos visitar tomando a forma de uma criança. Esta é a doutrina basilar do Natal: Deus se fez homem em Cristo. Compenetremo-nos desta verdade e veremos como ela é altíssima e sobrenaturalíssima na medida em que indica que O ETERNO não está longe de nós mas se fez igual a nós – exceto no pecado.

Sobre tal verdade meditemos primeiro que, aqueles que receberam Jesus no estábulo, não foram os cidadãos de destaque, a elite social ou intelectual, os ricos da nação de Israel da época, tampouco as autoridades políticas judaicas ou romanas, o que significa que Jesus não veio conforme os padrões do reino deste século. Em segundo lugar meditemos que o menino e sua mãe não encontraram lugar nas pousadas da cidade mas encontraram acolhida junto aos animais - a criação rende louvar a seu Deus - e aos simples pastores, símbolo dos pobres do Pai, dos humildes, daqueles que tem o espírito aberto ao Verbo Eterno e que, longe da corrupção do mundo buscam o Pai no silêncio, na oração e na humildade. Em terceiro lugar meditemos que ele nasce longe da cidade - que estava corroída por impiedade e ambição desmedida - e é acolhido e adorado pelos reis magos, príncipes sábios do Oriente que vendo a estrela reconheceram ali o verdadeiro Deus; sendo reis adoraram o verdadeiro regente do cosmos: os reis da terra adoram o rei dó céu. Trouxeram-no mirra, ouro e incenso por que Cristo é o homem das dores, é rei e é Deus. Mirra para preparar seu corpo para a sepultura depois da sua paixão e morte; ouro para sua coroa régia como soberano do Universo; incenso como sinal de adoração ao Filho do Pai, igual ao Pai, consubstancial a Deus.

Perante tal realidade mística a razão, iluminada desde o alto pela fé, pergunta-se: Por que foi o Filho que encarnou e não o Pai ou o Espírito Santo? Por que convinha mais ao Filho a encarnação que às outras pessoas da Trindade? O Doutor Angélico é quem nos responde na Suma Teológica em seu tomo 15, questão 3, artigo oitavo.

Como de costume Santo Tomás elenca as objeções à conveniência da encarnação do Filho, que ele reduz às seguintes:

1. Cristo veio ao mundo para dar aos homens o verdadeiro conhecimento de Deus o que, segundo alguns, conviria mais ao Pai dado que há aqueles que não distinguem, no Filho, a mesma natureza do Pai, fixando-se só em sua natureza humana. Ainda segundo estes, seria mais conveniente que o Pai tivesse encarnado pois isso teria evitado a heresia de Ário que, baseando-se num entendimento errado da frase de Cristo: “ o Pai é maior que eu”( quanto a sua natureza humana), negou sua divindade. Para evitar tal escolho parece que teria sido melhor o Pai se encarnar e não o Filho.

2. O efeito da encarnação é a “recriação”, pela graça, da natureza do homem. Ora, o ofício de criar é mais do Pai que do Filho; logo, seria mais condizente a encarnação do Pai que do Filho.

3. A encarnação se ordena à remissão dos pecados: “Seu nome será Jesus, o salvador; pois ele salvará o povo de seus pecados” (Mateus 1, 21). A escritura atesta que a remissão dos pecados é atribuída ao Espírito Santo ( João 20,22). Sendo assim convinha mais a encarnação do Espírito Santo que a do Filho.

Em resposta a tais argumentos Tomás diz que:

Contra isto diz São João Damasceno que “a encarnação manifestou a sabedoria e virtude de Deus; a sabedoria pois nos foi revelado o segredo de como pagar uma dívida difícil; a virtude pois, o que foi vencido, se fez novamente vencedor”.

Em resposta a objeção 1, o Doutor Angélico nos diz que era mais conveniente o Filho encarnar pois mais semelhante a nós já que ele é o conceito – Verbo – de toda a criação. O Pai criou olhando o Filho e modelou as coisas conforme a imagem d'Ele; cada criatura foi feita com base em uma perfeição que o Pai viu no Filho. Como toda a criatura existe como reflexo do Cristo convinha que nossa natureza fosse remodelada – depois do pecado – pelo seu modelo eterno, perfeito e imutável: Jesus Cristo. Assim, o Verbo é a sabedoria eterna, base e fundamento de todo verdadeiro saber humano. O homem se aperfeiçoa na sabedoria pois é alma racional, desde que participe da vida do Filho. 

Em resposta a objeção 2, Tomás explica que convinha mais ao Filho que ao Pai a encarnação pois nos tornamos predestinados a vida eterna como herdeiros do Pai e, para sermos herdeiros, temos que ser filhos e, para sermos filhos, temos que ser irmãos de Jesus, o filho natural de Deus. Por ele somos adotados pelo Pai. Em Romanos 8, 29 São Paulo deixa claro que fomos recriados conforme a Imagem Perfeita de Jesus por sermos filhos adotivos.

Em resposta a objeção 3 ele nos explica que convinha mais a Jesus – que é a Sabedoria do Pai – encarnar-se que ao Espírito Santo, pois ele veio para remediar o pecado que fora resultado do desejo desordenado pela ciência. O desejo incontido do homem de conhecer o bem e o mal, além dos limites impostos por Deus, precisava ser curado pela Verdadeira Sabedoria: Cristo que é a ciência do Pai veio ensinar aos homens o verdadeiro conhecimento, no lugar do falso ensinada pelo Diabo a Adão e Eva e seus descendentes.

Que neste natal Cristo, o Verbo, nos faça conhecer o Pai.

#Rafael Queiroz
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Em 1888 a maçonaria começava a tramar o fim do Império Brasileiro. Então os vereadores de São Borja, no Rio Grande do Sul, votaram um requerimento que exigia, no caso de falecimento de Dom Pedro II, os brasileiros fossem consultados a respeito ou não da oportunidade de um terceiro reinado. 

O motivo? O fato de a Princesa Isabel, que era quem tinha por direito a sucessão ao trono, ser ultracatólica. No texto do documento se dizia que caberia decidir "por meio de um plebiscito se convém a sucessão ao trono brasileiro de uma senhora obcecada por uma educação religiosa"

A ação orquestrada da maçonaria contra a Princesa Isabel foi o fato mais importante e imediato relativo à queda do império. 

Antes do requerimento ser votado na câmara de São Borja ele fora discutido na Loja Maçônica, Vigilância e Fé, em tais termos: 
"A maçonaria que se levante, opondo-se firmemente, no caso da morte do imperante, à sucessão de Isabel. Que evite por todos os meios...a coroação da princesa. O povo que se autogoverne e a maçonaria intervenha para a fundação de um governo livre e moralizado".
Embora o Grande Oriente do Brasil não tenha tomado posição oficial sobre o documento - dado que estava dividido entre monarquistas e republicanos - várias figuras de proa da maçonaria assinaram o documento como Campos Salles, Prudente de Morais, Quintino Bocaiúva, Benjamin Constant, Rangel Pestana, Francisco Glicério, Aristides Lobo, Lauro Sodré, etc. Cabe lembrar que Constant, Glicério e Lobo foram os grandes articuladores da ação de 15 de novembro de 1889 contra Dom Pedro II. 

Em Santos, estado de São Paulo, em 1888, aproveitando o requerimento de São Borja, o líder maçom Antônio da Silva Jardim, deu início a fortes manifestações pela criação da república. Várias cidades aderiram ao requerimento inclusive o Rio de Janeiro, capital do império. 

Os maçons apresentavam Isabel como mais interessada no bem da Igreja que no da pátria, "hoje nós passamos o dia inteiro na Igreja, começando por assistir à missa" escrevia Isabel ao marido em 1875. O papa Leão XIII, em reconhecimento pela Lei Áurea, lhe concedeu a rosa de ouro, alta honraria dada pela Sé romana. Ao recebê-la em 1888 das mãos do núncio apostólico, jurou obediência ao papa. Para a elite maçônica, presente na vida política do Brasil, era inaceitável que a futura imperatriz ficasse ao lado do papa, pois isso implicaria na aplicação, dentro do país, das decisões de Pio IX contra a maçonaria que envolvia o apoio para que bispos excomungassem católicos filiados a seita. 

Em suma: a "proclamação" da república foi um golpe maçônico. A fim de manter seu controle sobre as estruturas de poder no Brasil e de continuar a interferir diretamente no processo governamental, ela armou uma trama para impedir que a Princesa Isabel moralizasse o governo tirando dele a interferência desta seita oculta que age sob a direção de líderes secretos. Isabel queria livrar o país de uma sociedade que segue suas próprias leis e que age ocultando seus propósitos reais. Isabel, neste ponto, era mais republicana que os maçons republicanos, na medida em que ela queria um governo liderado por pessoas sem vínculos com sociedades ocultas, estranhas a qualquer controle público. A maçonaria, na medida em que se furta ao controle externo, se põe entre as mais perigosas associações pois impede a população como um todo, o acesso ao exame de suas ações e o conhecimento de seus agentes e de suas reais intenções quanto a temas políticos, religiosos, sociais. Um povo sob o tacão de um grupo secretista, que age nas sombras, é um povo escravo. Era disso que Isabel queria nos livrar. 

Bibliografia:
Gomes, Laurentino. 1889. Rio de Janeiro, Editora Globo, 2013. 

#Rafael Queiroz

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