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» » » Nova direita contra Francisco: Bergoglio chancela o regime de Maduro?


Quem acompanha nosso blog sabe que temos uma posição bem clara sobre o atual pontificado dado que não poupamos críticas a Bergoglio quando ele nos pareceu por em risco a fé e o bem comum da Igreja. Todavia isso não nos tira o compromisso da objetividade e da justiça mesmo quando se trata de falar de um pontificado que não nos agrada. 

Em tempo: a direita americana passou os anos da guerra fria dizendo que o Papa não é infalível em matéria social e que, por isso, as críticas de Paulo VI, João Paulo II, etc, ao livre mercadismo, não deviam ser seguidas. Eis que, de repente, a sucursal desta direita cá no Brasil quer que Francisco condene Venezuela e Bolívia por razões sociais. Ora, ou o que o Papa fala nessa área vale ou não vale. Ou só vale quando é para chancelar o capitalismo a lá EUA? Para tentar induzir o rebanho católico a condenar a ação de Francisco no que diz respeito a Venezuela, a nova direita ilude o público dizendo que ele tem as "mãos sujas com sangue de cristãos martirizados pelo regime de Maduro" (Percebam a má fé do sujeito que se intitula jornalista mas não cita de maneira nenhum as críticas abertas que Francisco fez a regimes como o de Maduro, como vamos mostrar abaixo[1]). A idéia é forçar uma associação total e completa entre Francisco/Maduro/Foro de São Paulo, ou seja, entre Bergoglio e o comunismo bolivariano. Embora seja evidente que Francisco tem pendores mais a esquerda isso não quer dizer que ele seja um comunista favorável a regimes de força - como o que vem sendo criado na Venezuela. As posições políticas pessoais de Francisco são a de um democrata-liberal de esquerda e não de um caudilhismo autoritário de esquerda como sói acontecer no bolivarianismo venezuelano. 

No ano passado Bergoglio chegou a protestar contra as medidas mais autoritárias de Maduro como podemos ver aqui: 
A secretaria de Estado do Vaticano emitiu um comunicado onde pede ao Governo da Venezuela “que se evitem ou suspendam as iniciativas em curso como a Nova Constituinte” e pede às forças de segurança que se “abstenham do uso excessivo e desproporcionado da força”.

Numa mensagem de três parágrafos publicada esta sexta-feira de manhã, o Vaticano refere que iniciativas como a Assembleia Nacional Constituinte, eleita este domingo sob acusações de fraude, “mais do que favorecer a reconciliação e a paz, fomentam um clima de tensão e confronto e hipotecam o futuro”. Na mesma nota, o Vaticano pede que “se assegure o pleno respeito dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, tal como da Constituição vigente”.

O Vaticano diz manifesta ainda a sua “profunda preocupação com a radicalização e agravamento da crise”, referindo o aumento de mortos, feridos e detidos. Além disso, diz que o Papa Francisco “acompanha de perto” a situação do país e “as suas implicações humanitárias, sociais, políticas, económicas e também espirituais”. O líder do Vaticano convida “todos os fieis do mundo a rezar intensamente” pela Venezuela.

O tom da missiva do Vaticano representa um revés para Nicolás Maduro, que em junho chegou a pedir ao Papa Francisco que atuasse como mediador da crise venezuelana. “Na condição de vigário de Cristo, tenho a plena certeza de que a sua colaboração ativa e orientadora pode abrir uma nova etapa do diálogo nacional”, escreveu numa carta enviada ao líder do Vaticano. “Já basta de tanta violência: é necessário dar uma chance à paz, sem armadilhas nem artimanhas.” [2]
A nova direita aposta, insistentemente, numa ideologia anti-esquerda que, no ardor de combater o comunismo, deixa de fazer as devidas graduações como se tudo fosse a mesma coisa e como se uma mera benção dada por Francisco a Maduro fosse uma carta branca ao seu regime. Não bastasse a falta de habilidade intelectual em analisar os fatos a atitude da nova direita ainda se mostra dotada de malícia extrema pois extrai conclusões impossíveis de fatos recortados ao bel prazer da necessidade do momento. Enquanto Francisco tenta estimular um acordo para pacificar o quadro na Venezuela, os dois lados - seja o de Maduro, seja o da oposição - apostam numa radicalização. Francisco tem se colocado acima dos discursos ideológicos dos dois partidos para tentar encontrar uma saída para o país o que fica claro aqui

Cabe recordar que Maduro fez fortes críticas a Francisco: 
Durante el vuelo nocturno de regreso de Colombia a Roma, el Papa Francisco aseguró a los periodistas que le acompañaban en el avión que «la Santa Sede ha hablado fuerte y claramente» sobre la situación de Venezuela y los pasos necesarios para salir pacíficamente de la crisis.

Respecto a las desaforadas críticas del presidente venezolano contra el Papa y la conferencia episcopal de su país, Francisco se limitó a comentar: «lo que dice Maduro que lo explique él. No sé lo que tiene en mente».

En tono sereno, el Santo Padre explicó que «la Santa Sede ha hecho mucho. Envió un nuncio de primer nivel para el trabajo de los cuatro expresidentes. Ha hablado con personas en público y en privado. Yo he hablado muchas veces en el Ángelus…».

El Vaticano tiene muy poca influencia sobre Maduro, pero de modos diversos -muchos de ellos reservados- ha estado «buscando una salida, ofreciendo ayuda para salir», pero «parece que la cuestión es muy difícil»[3]

Logo, atrelar Francisco a Maduro como se estivessem de pleno acordo é um erro grotesco e, quiçá, má fé diabólica.

#Rafael Queiroz

Legião da Santa Cruz

A Legião da Santa Cruz é uma associação cultural e cívica que reúne em suas fileiras pessoas comprometidas com a restauração do legado Católico da nossa pátria, que há muito tempo se diluiu em doutrinas estranhas as raízes que a formaram, e que hoje está submersa nas trevas da imoralidade e da perversão. Nosso objetivo é construir um verdadeiro front de resistência Católica, que inclua desde um vasto trabalho intelectual e informativo até uma plataforma política própria que possa representar e dar primazia a identidade profunda do Brasil e sua Fé.
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